PLP 257 é aprovado sem texto que diminuiria estrutura das Defensorias Públicas
Após mais de dez horas de debates, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou, na última quarta-feira (10), por 282 votos a 140, o PLP 257/2016, que cuida da renegociação da dívida dos estados e Distrito Federal com a União e altera dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal.
O projeto foi aprovado na forma de emenda substitutiva do relator, deputado Esperidião Amin (PP/SC). Após intensa mobilização dos defensores públicos na Casa, o texto original do projeto sofreu alterações e foram retirados itens que seriam prejudiciais à ampliação e ao funcionamento das Defensorias.
A votação dos destaques ficou para a sessão da última quarta-feira. No entanto, após orientação da liderança do governo, a votação foi obstruída por falta de quórum. A expectativa é de que a pauta seja retomada na próxima sessão de votação, que ainda será definida pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), e por líderes partidários. Contudo, com o início da campanha das eleições municipais é provável que a matéria seja analisada apenas na semana dos dias 22 e 23 de agosto.
Defensores Públicos reunidos para debater o texto e construir emenda ao projeto
Para o presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos (Anadep), Joaquim Neto, apesar de o texto aprovado não ser o ideal para a Defensoria Pública, o resultado foi uma vitória, uma vez que o texto original do projeto trazia muitos prejuízos à instituição, como o corte de estrutura e pessoal. “A retirada dos 0.7% foi uma vitória para a nossa categoria. Este percentual sufocaria o crescimento da nossa instituição e conseguimos manter esta conquista até a votação. Nosso foco agora é no Senado. Queremos trabalhar com uma estratégia forte com todos os senadores e evitar que o PLP prejudique a funcionalidade das Defensorias Públicas”, destaca o presidente da Anadep.
Restrições fiscais
O texto aprovado prevê medidas de restrição fiscal a serem assumidas por estados e pelo Distrito Federal. Todavia, para permitir a aprovação da proposta, o governo federal recuou e aceitou retirar do texto o congelamento das remunerações dos servidores públicos estaduais por dois anos. Além disso, a proposta aprovada não realoca aposentados e terceirizados para a rubrica de pessoal, e também não constam mais medidas de reforço ao controle de despesas da LRF em todos os entes federados. Outro ponto retirado do texto foi a necessidade de que as Assembleias Estaduais aprovem leis de restrições fiscais. A contrapartida dos estados se resume agora a um teto de gastos, que será recomposto apenas de acordo com o percentual inflacionário do ano anterior.
Após análise dos destaques, o projeto seguirá ao Senado Federal.
*Com informações da Anadep.
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