“O Dia Internacional da Mulher é importante por lembrar da luta histórica das mulheres por igualdade”
A campanha #SouDefensora da Associação dos Membros da Defensoria Pública do Estado de Rondônia (Amdepro) apresenta, na edição desta quarta-feira (7), o depoimento da Defensora Pública Lucia Pereira Bento. A iniciativa segue até o Dia Internacional da Mulher, a ser celebrado em 8 de março.
Em setembro de 2013, Lucia Pereira iniciava sua trajetória profissional na Defensoria Pública do Estado de Rondônia (DPE-RO). Com muita determinação e grande conhecimento na área, a defensora pública exerce a função de maneira exemplar, atualmente, nas áreas criminal e cível da Comarca de Alta Floresta D’Oeste.
Nessa edição, a defensora pública conta os principais desafios que a figura feminina enfrenta no exercício da profissão, bem como, lida com a responsabilidade de promover uma instituição que faça diferença na efetiva concretização dos direitos fundamentais, o que a torna, sem dúvidas, uma mulher de destaque.
Confira a entrevista na íntegra:
Quando entrou na DPE-RO?
– Entrei na Defensoria Pública no dia 10 de setembro de 2013.
Atua em qual/quais comarcas e áreas?
– Atuo na Comarca de Alta Floresta D’Oeste e, por ser Vara única, eu atuo nas áreas criminal e cível, além das matérias extrajudiciais.
O dia 8 de março marca a luta das mulheres pela garantia de direitos e igualdade. Em sua opinião, o que torna essa data especial para as mulheres?
– O dia 8 de março é especial para as mulheres, por ser uma data que nos faz refletir sobre toda nossa luta para alcançarmos a paridade em todos os setores, ou seja, dentro e fora do núcleo familiar. Já houve um grande avanço para a conquista de direitos, mas ainda existem muitas coisas a serem implementadas. Por isso é sempre bom ter um dia para estar debatendo o assunto de forma globalizada, para que não haja retrocesso e estagnação.
Como você vê o papel da defensora pública na luta contra o preconceito e a desigualdade?
– A Defensoria Pública exerce um papel muito relevante, pois atua diretamente neste cotidiano, por meio de orientação, conscientização e ações para implementar tais direitos.
Partindo do princípio de que você vive cotidianamente defendendo esses direitos, você tem visto avanços na sociedade?
– A sociedade está agindo com mais naturalidade quanto aos direitos das mulheres. As mulheres estão sentindo mais segurança em reivindicar seus direitos e de concorrer nas oportunidades, bem como nos deveres com os homens. Malgrado todo avanço das mulheres na busca de seus direitos, a igualdade material somente será alcançada quando o sexo for irrelevante para qualquer assunto. Isso porque, ainda causa surpresa a ocupação de determinados cargos por mulheres sobretudo aqueles de maior escalão.
Em sua opinião, quais os principais fatores que ainda necessitam de avanços para que as mulheres alcancem efetivamente a igualdade de direitos?
Ainda existe desigualdade entre o salário pago a mulheres e homens que ocupem o mesmo cargo. No âmbito sexual ainda remanesce forte preconceito em torno da liberdade feminina com ideias retrógradas de que o comportamento ou a roupa permitem o assédio masculino. A responsabilização da vítima de crimes sexuais e no âmbito doméstico, sob a justificativa de que foi ela própria a causadora do comportamento masculino. Enfim, convém destacar que há necessidade de mudança na concepção da própria mulher sobre seus direitos, para que não confunda a diferença natural acarretada pela diferença física com a submissão por medo ou condicionamento psicológico criado ao longo do tempo em sua mente ao ponto de gerar uma aceitação passiva.
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