15 de março de 2019 08h24min - Atualizado em 19 de março de 2019 às 18h56min

Em bate-papo, defensora pública Morgana Lígia Carvalho comenta sobre conquista do espaço feminino e acerca da violência contra as mulheres

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Defensora pública Morgana Lígia Carvalho

Em março, “Mês da Mulher”, a Associação dos Membros da Defensoria Pública de Rondônia (Amdepro) realiza uma série de matérias com defensoras públicas rondonienses. A entrevistada desta quinta-feira (14) é a defensora Morgana Lígia Carvalho, que comentou sobre a conquista do espaço das mulheres em cargos de liderança, ocupação das mulheres na Defensoria Pública do Estado (DPE-RO) e acerca dos crimes de violência praticados contra o sexo feminino.

*Veja a opinião de Morgana na entrevista em formato de “ping pong” (bate-papo):

– Como você vê o crescimento da ocupação das mulheres em carreiras de liderança?

Morgana: Sem dúvidas que ao longo dos anos, as mulheres vêm alcançando conquistas importantes no mercado de trabalho, mas apesar desse avanço, infelizmente, ainda acho que a ocupação das mulheres em carreiras de liderança vem sendo de maneira muito tímida, já que são poucas as mulheres que ocupam posição de maior status nos seus empregos.

Acredito que os motivos para que isso ocorra são vários, entre eles, destacaria a maternidade, as escolhas das próprias mulheres, o preconceito e a nossa cultura em criar um estereótipo de líder como tendo o perfil de uma pessoa ambiciosa, não emotiva, forte, autoconfiante e altamente competitiva, ou seja, características preponderantes do sexo masculino, além de achar que a mulher, em razão do seu comportamento considerado como feminino, como a empatia, otimismo e a bondade, torna-se incapaz de ser líder competente, o que logicamente não é verdade.

– Tem poucas defensoras na DPE-RO?

Morgana: Se não estiver equivocada, na instituição temos 70 membros, sendo 19 defensoras e 51 defensores, então acho que os números falam por si, o que é uma pena, já que dados estatísticos mostram que o número de mulheres é maior do que o dos homens, então proporcionalmente falando, o número de mulheres que ocupam carreiras como a da Defensoria, Magistratura, Ministério Público, entre outros, deveria ser muito maior.

– O que dizer sobre a triste realidade brasileira em que uma mulher é assassinada a cada duas horas?

Morgana: Simplesmente assustador esse cronômetro da violência contra a mulher e isso me faz refletir se realmente temos o que comemorar no Dia Internacional da Mulher, diante do longo e árduo caminho que ainda temos que percorrer para se alcançar a busca pela igualdade social, política e econômica entre gêneros.

Ao meu ver, esses dados mostram que apenas a criação de leis mais rígidas para punir o feminicídio não é o suficiente. É necessária a implementação de políticas públicas, parcerias entre as instituições e sobretudo, a conscientização de que a causa feminina não é apenas das mulheres, mas dizem respeito a todos nós.

Fonte da Notícia: Ascom Amdepro