12 de março de 2019 19h34min - Atualizado em 19 de março de 2019 às 18h57min

Defensora pública Rafaella Rocha destaca aumento de mulheres em cargos de liderança como fruto da luta feminista

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Defensora pública Rafaella Rocha (Foto: Reprodução/DPE-RO)

“O crescimento do número de mulheres em cargos de liderança é resultado da incansável luta feminista ao longo dos anos”, essas são as palavras da defensora pública substituta Rafaella Rocha, em entrevista para a Associação dos Membros da Defensoria Pública de Rondônia (Amdepro). A entidade está divulgando o trabalho das defensoras do estado em março, considerado como o “Mês da Mulher”.

“É preciso assumir nosso lugar de fala, ter visibilidade, influenciar e fazer homens e mulheres enxergarem o que era para ser óbvio: que mulheres são e devem ser livres, sem limitações ou sujeições de qualquer espécie”, ressalta.

Rafaella também diz que é certo que a luta pela conquista do espaço de fato e de direito só está começando. “Na Defensoria Pública de Rondônia, por exemplo, de 71 membros em atividade, somos somente 18 defensoras públicas. Com alegria e de forma praticamente inédita, em minha posse, nós, mulheres, éramos maioria, e dos quatro primeiros colocados, três eram mulheres! Senti orgulho de estar fazendo parte de uma pequena mudança, fruto do sacrifício de muitas mulheres que antes de mim vieram, e de poder hoje fazer algo pelas próximas que virão”.

Questionada sobre os altos índices de violência contra a mulher, a defensora pública acha triste e assustadora a realidade nacional. Conta que mulheres são assassinadas apenas em razão da discriminação e menosprezo à própria condição de mulher.

“Os números, que até mascaram e não diminuem, alertam que não estamos no caminho certo. Acredito que a solução não seja a criminalização, pura e simples. Tão somente reprimir a violência, depois de ocorrida, não evitará que ela volte a se repetir. Creio que a solução é a sensibilização, a informação, o esclarecimento repetitivo e cada vez mais intenso e ativo sobre o machismo e seus desastrosos efeitos para homens e mulheres”.

Rafaella destaca ser necessário lutar para desconstruir a tradição, para que mulheres se insurjam e entendam que não é normal ser de qualquer mínima forma violentada. “Os homens, desde a infância, têm que entender que é inaceitável, desumano e criminoso violentar alguém, em especial alguém biologicamente mais frágil e vulnerável”, alerta.

Fonte da Notícia: Ascom Amdepro