27 de outubro de 2016 13h16min - Atualizado em 27 de outubro de 2016 às 13h16min

Após denúncia de defensores, OEA pede informações sobre presídio de RO

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A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA) solicitou ao Estado brasileiro (República Federativa do Brasil) informações sobre a situação da Casa de Detenção de Ariquemes (RO). A solicitação foi feita após denúncia formulada por quatro defensores públicos de Rondônia sobre as graves violações aos direitos humanos cometidas na unidade prisional.27-10-16-presidio-oea-4

Em julho deste ano, os defensores enviaram um relatório completo à CIDH listando as condições extremamente precárias do presídio, em frontal violação aos direitos básicos dos detentos. Segundo o documento, em vistoria realizada no mês de junho, foram constatados diversos problemas como superlotação carcerária, inexistência de programa de combate a incêndio, assistências material e à saúde ineficientes, ausência de aeração e luminosidade nas celas, estrutura física condenada e inexistência de número suficiente de camas e colchões – com presos dormindo no chão e até mesmo no banheiro.

Para os autores da denúncia, as violações tornam o cumprimento da pena desumano, cruel e degradante e teriam sido a causa, inclusive, da morte de um preso no dia 24 de maio deste ano. O apenado estava sob medida de segurança e não poderia estar recolhido na unidade prisional. Outra irregularidade relatada é a transferência forçada de detentos para cidades distantes de Ariquemes.

27-10-16-presidio-oea-2Ainda conforme a denúncia, todo o quadro já havia sido denunciado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), sendo objeto do processo n.º 0003178-45.2012.8.0002, que tramita na Comarca de Ariquemes desde 2012. No entanto, ressalta o documento, nenhuma medida eficaz foi tomada para solucionar os problemas.

Diante da omissão do Estado e da ineficiência da jurisdição interna para tutelar os direitos humanos das pessoas encarceradas na Casa de Detenção, além da gravidade e urgência da situação, os defensores denunciaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, com pedido de medida cautelar. Na análise da denúncia, a CIDH solicitou informações ao Estado Brasileiro, para então decidir se acolhe ou não o pedido formulado.27-10-16-presidio-oea-3

A ação foi assinada pelos defensores públicos Diego de Azevedo Simão, Taciana Afonso Ribeiro Xavier de Carvalho (lotada em Ariquemes), Victor Hugo de Souza Lima (à época lotado em Ariquemes) e pela defensora pública Luciana Carneiro Castelo Branco (lotada em Jaru).

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