Defensora Ilcemara Sesquim comenta sobre os direitos das mulheres na 1ª matéria realizada pela Amdepro em comemoração ao “Mês da Mulher”
A Associação dos Membros da Defensoria Pública de Rondônia (Amdepro) realiza entrevistas com as defensoras públicas rondonienses, durante o “Mês da Mulher” (março). O objetivo é mostrar o trabalho realizado pelas profissionais em prol da população hipossuficiente do estado. Nesta segunda-feira (11), a primeira entrevistada é a defensora Ilcemara Sesquim, do núcleo de Vilhena.
A defensora vê o crescimento do número de mulheres ocupando postos de liderança, ou espaços anteriormente ocupados por homens, como uma evolução natural. “A mulher tem conseguido se impor no mercado de trabalho e isso reflete nos cargos de chefia. É certo que isso ainda é infinitamente menor do que o ideal, mas mesmo com muitas barreiras, as mulheres estão conseguindo alcançar importantes postos profissionais”, afirma.
Analisando o quadro de defensores em Rondônia, Ilcemara percebe que tem havido gradual aumento no número de mulheres. Ressalta que nos primeiros concursos o número era inexpressivo, mas essa realidade tem mudado de alguns anos para cá.
Sobre os crimes praticados contra a mulher, a defensora pública enxerga com pesar a realidade de violência em que a mulher está inserida. “Antes de ser defensora, fui delegada por alguns anos e sempre vi de perto a vulnerabilidade da mulher, principalmente dentro de relacionamentos abusivos”, lembra.
Ilcemara afirma que existem mecanismos interessantes para tentar fortalecer a rede de proteção e a mulher em si, mas a maior parte ainda não saiu do papel. “Apenas para se ter um exemplo, em Vilhena, município com mais de cem mil habitantes, não há sequer uma casa de apoio à mulher em situação de violência”, enfatiza.
A defensora ainda completa: “entendo que é justamente por conta dessas deficiências que os avanços ainda são tímidos. É preciso que o Estado como um todo aja de modo mais firme em relação ao assunto. Seja realizando trabalhos preventivos, seja prestando auxílio efetivo quando o cenário de violência já estiver instalado”.
Fonte da Notícia: Amdepro Ascom