Defensora pública de Rondônia diz que luta feminista apresenta vários resultados, incluindo a ascensão a cargos de liderança
Em entrevista concedida à Associação dos Membros da Defensoria Pública Rondônia (Amdepro), a defensora pública Livia Iglecias comentou que a luta feminina apresenta vários resultados, incluindo a ascensão das mulheres a cargos de liderança: “antes, reduto exclusivo dos homens”, ressaltou a profissional em março, “Mês da Mulher”.
Livia destacou que há, ainda, uma desconfiança implícita e machista quanto à competência da mulher. “Isso, no exercício de cargos de liderança, além de pensamentos retrógrados que se perpetuam, como o fato de uma mulher que é mãe ter que balancear os papéis materno e profissional, ou comentários sobre a beleza de uma mulher com grande destaque profissional”.
Para a defensora, o crescimento de mulheres em cargos de liderança demonstra a competência feminina e uma conquista. Livia contou que não é o suficiente no tocante à igualdade de gênero, enfatizando que ainda há o que se conquistar, como a questão salarial, assédio moral, entre outros problemas.
“Em relação à Defensoria Pública, a realidade mudou muito nos últimos anos acerca do número de mulheres nos quadros de membros da instituição. Houve um grande aumento de defensoras públicas em nossa DPE/RO, o que muito contribuiu para o crescimento e visibilidade da instituição, pois mostra uma Defensoria mais igualitária, democrática e que é reflexo de uma luta constante, que não tolera preconceitos”, salientou.
Violência contra a mulher
No Brasil, a cada duas horas uma mulher é assassinada. Uma triste realidade que assola toda a população. “Em relação à violência contra a mulher, ser mulher, por si, já é um risco em nosso país. A tipificação do feminicídio e a Lei Maria da Penha apenas foram importantes, mas ainda estamos longe de garantir um ambiente seguro para as mulheres”, afirmou.
Conforme Livia, são necessárias políticas públicas que resguardem a integridade física e psíquica das mulheres em todos os ambientes. Seja no trabalho, em situações de lazer e, especialmente, dentro das relações domésticas. “Nenhuma mulher se sente segura, se formos pensar nas palavras estupro, feminicídio e violência moral”.
E completou sendo enfática: “as estatísticas brasileiras em relação aos assassinatos de mulheres mostram a face machista e misógina da sociedade, onde um homem se sente livre para violentar de forma geral uma mulher pelo fato de ela ser do sexo feminino. A luta contra a violência à mulher é diária e de todos. Ainda temos um longo caminho a percorrer para garantir às mulheres o fundamental direito à vida”.
Fonte da Notícia: Ascom Amdepro