Defensora pública Lara Maria Tortola Flores Vieira vê aumento de profissionais no quadro da Defensoria Pública no Brasil e Rondônia
A defensora pública do núcleo de Rolim de Moura e Santa Luzia do Oeste Lara Maria Tortola Flores Vieira disse, durante entrevista concedida à Associação dos Membros da Defensoria Pública de Rondônia (Amdepro), que o aumento das mulheres em carreiras de liderança é um processo árduo e gradativo. A entrevista realizada pela associação foi em face do “Mês da Mulher”, celebrado em março.
Lara ressaltou que apenas recentemente a paridade formal de muitos direitos que já eram garantidos aos homens está sendo equiparada às mulheres. “Por outro lado, ainda resta alcançar a paridade substancial, já que a maioria das mulheres exerce dupla ou até tripla jornada, em razão do trabalho doméstico. Por conta do primeiro aspecto, facilitou-se o acesso de mulheres à educação e ao mercado de trabalho. No entanto, ainda vejo poucas mulheres em posições de liderança e destaque em empresas privadas e até órgãos públicos. Acredito que ainda necessitamos desconstruir muita coisa na sociedade brasileira para que a mulher seja devidamente respeitada e tenha acesso aos postos de trabalho dos homens”, afirmou.
Quanto à Defensoria Pública, Lara pensa que se trata de uma instituição do sistema de justiça em que se verifica mais equilíbrio no que tange à representatividade feminina. “Segundo a Anadep (Associação Nacional das Defensoras e Defensores Públicos), de todos os defensores públicos do país, somos 49%, o que é bastante significativo, não apenas por ser a Defensoria Pública bastante jovem de história constitucional, mas também por ser a Defensoria a instituição encarregada de tutelar direitos humanos, entre os quais a igualdade entre homens e mulheres tem especial aspecto”, analisa.
A defensora pública comenta que na DPE-RO o percentual da Anadep ainda não foi reproduzido. “Porém, cabe destacar que no último concurso nota-se a presença muito significativa de mulheres aprovadas para o cargo de defensora pública, o que se refletiu na última posse coletiva da instituição”.
Violência contra a mulher
Sobre os altos índices de violência praticada contra as mulheres, Lara salienta que o fato de existirem estatísticas que chamou de “assustadoras” no que tange ao feminicídio demonstra a necessidade urgente de mudança de pressupostos culturais na sociedade.
“A rotina forense demonstra que a maioria dessas mulheres foi morta em casa por quem nutre ou já nutriu relação de afeto. A violência que atinge a maioria dessas mulheres é diferente da que atinge os homens, de modo que para preveni-la, devemos obviamente também adotar estratégias diferentes, aí destacando-se a educação em direitos, que é papel da Defensoria, mas também deve ser política pública de Estado, a fim de que possamos realmente construir uma sociedade mais igualitária e justa”, enfatiza Lara.
Fonte da Notícia: Ascom Amdepro